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Luxo e Bem Estar – A Vez dos Chás Premium

O crescimento do consumo de chás no Brasil nos últimos anos é flagrante. Desde os mates de redes tradicionais, passando pelas variedades aromatizadas industrializadas por gigantes internacionais até os destinados ao preparo doméstico e em versões quentes ou geladas, os chás já fazem parte do dia a dia do brasileiro. Estima-se que, em 2016, o varejo do segmento tenha movimentado quase R$ 2 bilhões*, num movimento alinhado à valorização dos alimentos e hábitos mais saudáveis.

Nesse cenário, despontam com força empresas que oferecem chás premium, ou gourmets, como Moncloa Tea Boutique e Tea Shop, presentes em quiosques de shoppings badalados das principais capitais brasileiras. Já há também clubes de assinaturas de chás, que entregam nas casas dos apreciadores, todos os meses, variedades oferecidas pelas principais marcas presentes no Brasil.

Fui conhecer a nova boutique (e não é exagero chamar assim) da Tea Shop, em Ipanema, no Rio. Trata-se da primeira loja física individual brasileira da marca espanhola fundada em 1990. Um ponto de vendas mais completo, que inclui espaço para lanches e drinks.

O grande diferencial dos chás considerados premium é que eles não contém açúcar nem conservantes. Nada é adicionado aos ingredientes naturais provindos de todas as partes do mundo, como Sri lanka, Japão, China e Quênia. A imersão nesse universo revela surpresas que vão de pedacinhos de morango e de laranja a pétalas de flores, combinados com às chamadas “bases” para criar blends que proporcionam diferentes sabores e sensações.

Segundo a simpática consultora, é da camellia sinensis (árvore nativa da Índia e China) que partem os verdadeiros chás pretos, vermelhos, verdes, brancos ou oolongs. Assim, é mais correto nos referirmos às bebidas feitas de nossas conhecidas camomila, erva cidreira, erva doce, entre outras, como infusões, embora seu modo de preparo seja basicamente o mesmo dos chás.

Entre os chás “legítimos”, a diferença se dá por conta do grau e tipo de oxidação (natural ou ao fogo). O branco, por exemplo, passa apenas por leve exposição natural ao sol, o que permite que enxerguemos facilmente a planta que lhe deu origem. É considerado diurético e antioxidante. O preto, no extremo oposto, é completamente oxidado a fogo, o que lhe confere um alto grau de teína (componente análogo à cafeína, energizante) e a aparência escura. Já os azuis ou oolongs, típicos da China, com propriedades digestivas, têm nível de oxidação entre o verde e o preto.

Além deles, há os chás vermelhos (pu-ehr), considerados detox e procurados por quem quer emagrecer ou controlar o colesterol) e os rooibos – originados de um outro arbusto sul africano – que têm propriedades isotônicas bem vindas para recuperar sais minerais e relaxar a musculatura depois de exercícios físicos. E há ainda os blends especiais da casa.

Nesse instigante universo de aromas e aspectos lindos, é bacana conhecer o ritual de preparo do Matcha, que tem aspecto bem diferente dos demais. É feito de folhas de chá verde, reduzidas a pó em pedra, saborizadas ou não. No lugar de imerso e retirado, ele é dissolvido na água e, como é muito concentrado, suas propriedades são dez vezes superiores às do chá verde comum. A preparação envolve de um a dois gramas do pó, 50ml de água a 50oC e a mistura deve ser feita com um chasen – um mexedor de bambu específico para esse fim, movimentado em zig-zag, como um M, pois os japoneses acreditam que o círculo forma um ciclo sem fim, que não leva a lugar algum. Depois, é misturar com gelo ou água quente e degustar.

A casa oferece simpáticas caixinhas de presente agrupando diferentes variedades de chás, utensílios específicos para seu preparo e degustação e também serve cafés e lanches. Como, no varejo premium, inovar é viver, há também Tea Cocktails para preparo com ou sem álcool, com direito a livrinho de receitas.

No começo, a degustação dos chás mais fortes pode assustar um pouco, mas há opções mais leves, coloridas e aromatizadas naturalmente, que são servidas quentes ou geladas na própria boutique e são as preferidas pelos iniciantes. Os preços também variam bastante, podendo alcançar mais de R$ 100 por 50g de alguns chás.

Apreciando ou não, é importante prestar atenção nessa sofisticada tendência que está invadindo o segmento premium/luxo em terras verde e amarelas!

Por Rosana de Moraes, em mar’2018

*Fonte do dado: http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/16199851/consumo-de-cha-cresce-no-brasil.html – em 20.02.18)

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