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Influenciadores Digitais Artificiais – Inovação no Marketing do Luxo / Artificial Digital Influencers – Innovation in Luxury Marketing

 

A associação a personalidades é um dos caminhos tradicionais utilizados pelas empresas na busca da preferência dos consumidores. Isso acontece porque é humana a propensão a aderirmos a determinado estilo, hábito ou produto ao vê-los adotados ou defendidos por pessoas que admiramos e com as quais nos identificamos. Porém, esses indivíduos proeminentes, como atores, modelos, atletas, jornalistas, socialites e escritores, que têm emprestado seu prestígio às marcas ao longo do tempo, têm, nos últimos anos, dividido seu espaço com os denominados influenciadores digitais.

A Wikipedia define um influenciador digital como uma pessoa ou personagem popular em uma rede social, com um público massivo que acompanha suas postagens e potencial para operar mudanças comportamentais e de mentalidade em seus seguidores. Ou seja, dadas as facilidades de acesso e a velocidade de propagação de informações proporcionadas pela Internet, virtualmente qualquer pessoa pode vir a se tornar um influenciador, já que não é mais necessário estar na TV, cinema, teatro, revistas ou jornais para ter acesso ao público e alcançar a fama.

Não é novidade que as diversas marcas – inclusive de luxo – têm dedicado parte de seus orçamentos de marketing à contratação de digital influencers estratégicos, que muitas vezes operam mágicas como fazer esgotar em horas um item que aparecem usando (e mencionando) nas redes. Porém, há um novo tipo de celebridade digital competindo por esse espaço: os influenciadores artificiais – seres que têm vida exclusivamente virtual, mas potencial para atuar sobre as preferências de seus seguidores da vida real. Os posts desses influenciadores-robôs não são fruto de inteligência artificial. Da mesma forma que acontece com os influenciadores digitais tradicionais, há equipes encarregadas de administrar seus perfis, com conteúdo alinhado à personalidade criada para o personagem em questão, cuja condição de “humanoide” fica bem explícita.

É o caso da “modelo sul-africana” Shudu Gram (@shudu.gram), com mais de 150 mil seguidores no Instagram. Criada pelo fotógrafo britânico Cameron-James Wilson, a #worldsfirstdigitalsupermodel nasceu como um projeto de arte, mas hoje defende produtos como os cosméticos Fenty Beauty, da cantora Rihanna, as joias Tiffany & Co. e roupas Balmain e já “posou” para a Vogue Austrália. Numa linha mais engajada, há Miquela Sousa, criação da estúdio/startup Brud. Do alto de seus 19 anos e “nascida” em Los Angeles, a bela faz mais que modelar para marcas como Supreme, Prada ou Diesel. Os posts de @lilmiquela retratam seu dia a dia, mencionam filmes de cinema, livros, restaurantes, defendem causas sociais e atraem mais de 1,5 milhão de followers. E vêm surgindo novos nomes, como a iniciante @dearnea, nascida no último agosto.

Definitivamente, o que vem motivando marcas de luxo a apostarem em editoriais com personalidades e modelos “de laboratório” não são razões logísticas ou financeiras, uma vez que um contrato desse tipo nos Estados Unidos pode chegar aos US$ 100 mil, dependendo do nível de complexidade do projeto. A verdade é que, no universo dos produtos e serviços de alto padrão, a tradição é importante, mas a inovação é crucial para a relevância e a sobrevivência. E um porta-voz virtual pode ser considerado – pelo menos por enquanto – uma grande inovação em termos de comunicação e marketing de influência, com potencial para conquistar também os millenials, aqueles que, em 2024, responderão por 50% do consumo do setor.

Seja bem-vindo aos novos tempos do luxo!

Por: Rosana de Moraes

Artigo originalmente publicado no site Consumidormoderno.com.br

The association with personalities is one of the traditional paths used by companies in the search for consumer preference. This is because humans are prone to adhere to a particular style, habit or product by seeing them adopted or defended by people whom we admire and identify with. However, these prominent individuals, such as actors, models, athletes, journalists, socialites and writers, who have lent their prestige to brands over time, have in recent years divided their space with so-called digital influencers.

Wikipedia defines a digital influencer as a popular person or character in a social network, with a massive audience that follows their posts and potential to operate behavioral and mentality changes in their followers. In other words, given the ease of access and speed of information dissemination provided by the Internet, virtually anyone can become an influencer, since it is no longer necessary to be on TV, cinema, theater, magazines or newspapers to gain access to the public and achieve fame.

Unsurprisingly, several brands – including luxury ones – have devoted part of their marketing budgets to hiring strategic digital influencers, which often operate magics such as exhausting in hours an item that they wear (and mention) in a social network. But there is a new kind of digital celebrity competing for this space: the artificial influencers – beings who have exclusively virtual lives, but potential to act upon the preferences of their real-life followers. The posts of these robot influencers are not the fruit of artificial intelligence. In the same way that it happens with traditional digital influencers, there are teams in charge of managing their profiles, with content aligned to the personality created for the character in question, whose condition of “humanoid” is very explicit.

This is the case of the “South African model” Shudu Gram (@ shudu.gram), with over 150,000 followers on Instagram. Created by British photographer Cameron-James Wilson, this #worldsfirstdigitalsupermodel was born as an art project, but today it defends products like singer Rihanna’s Fenty Beauty cosmetics, Tiffany & Co. jewelry and Balmain clothing and has already “posed” for Vogue Australia. In a more engaged line, there is Miquela Sousa, creation of the studio / startup Brud. From the height of her 19 years and “born” in Los Angeles, the beauty does more than model for brands like Supreme, Prada or Diesel. The posts of @lilmiquela portray their day to day, mention movies, books, restaurants, defend social causes and attract more than 1.5 million followers. And new names are emerging, like the beginner @denea, born in the last August.

Definitely, what has motivated luxury brands to focus on editorials with “laboratory” personalities and models are not logistical or financial reasons, since such a contract in the United States can reach $ 100,000, depending on the level of complexity of the project. The truth is, in the universe of high-end products and services, tradition is important, but innovation is crucial to relevance and survival. And a virtual spokesperson can be considered – at least by now – a great innovation in terms of communication and marketing influence, with the potential to conquer the millenials, those who in 2024 will account for 50% of the consumption of the sector.

Welcome to the new times of luxury!

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